Um velho hábito qualquer.

A cada dia...

...ele costumava evitar o sono. 
Pra impedir que seus pesadelos lhe convencessem
De que o medo torna a vida mais viva.

Ele não se via no espelho
Com receio de que o reflexo não fosse mais tão exato
Com receio de ter perdido seu rosto para o tempo
Nem mais um apuro desatado.


Ele não acendia velas

Nem respeitava a escuridão


Não queria ser apagado
Nem mastigado num “Bom Dia” qualquer

Seu olhar verde. Enxuto!
Uma queda alta num chão molhado
A água ardia em suas costas
Quase afogava em 3 lembranças.


Um martírio infinito. Ser seu pior inimigo.

Escravo das criações que sua mente arquitetou.

Arquiteto da destruição a que vive.


Uma sede incansavelmente perturbada

Uma febre capaz de esfriar as esperanças.



Não será dono de suas mortes ou desvaneios
nem emprestará seus risos.

Apenas sentará à porta esperando que os dias voltem...

...que os dias voltem a passar!