10 de fev. de 2012

Um postal para um amigo

Agora que sabemos que as distâncias estão ficando longas, todos os mistérios ficaram sobre da pele do asfalto, e eu não posso dizer que estou mais longe do que costumo medir.

Sou velho para alegar que o mundo é meu e imaturo de meus tremores a noite quando penso que tudo pode ter sido em vão, e olho por baixo, pela ponte, a água que não para de correr e me imagino sumindo pelo correr do rio.
Então me amarro no corrimão e aperto o passo, para agora te dizer que ainda estamos bem.
Vivos!
E não há tristeza para me entristecer nesta noite.
Nem as proibições da ausência de humor e pleno entendimento das ondas do rádio.

Justo hoje que a lua nasceu cheia e o céu pintado de rasgos prateados pulsantes que parecem estrelas, os quais observo pela janela enquanto minha mãe dorme e tudo está em silêncio, exceto meus ouvidos em que tudo sopra ruidosamente à medida que olho mais determinado para o negro do céu e tenho medo de dizer que isso é verdade.

Não espero os monstros amarrados do outro lado da janela, mas não quero apagar a luz do quarto.
A cama respira comigo agora!

E na próxima vez, traga – me aquela xícara de café que eu tomei num boteco obsceno, porque o ônibus ainda não tinha chegado.

Agora, estamos ao nível dos olhos, e não enxergar é só um efeito colateral!

0 Acenderam os faróis :