pessoas
comuns e normais
“senhor, há algo de anormal e incomum nos controles!
- está tudo normal. procedimento comum”
infeliz
de quem perdeu a capacidade de sonhar
isso
soa bem num livro.
falsidades
verdadeiramente inventadas
no “campo” da segunda guerra
para
adolescentes degustarem!
eu
tenho pequenos sonhos
e uma
janela
velha
feia
de
madeira
mas
sonho com uma persiana
e
como nos filmes
olhar
entre – dedos
por
ela entre – aberta
enquanto
as notícias dão fogo
e
tentam reinventar a bossa-nova
por
garotos bárbaros
pra
ninguém botar defeito
“pode ser um astronauta
ou ainda um
passarinho”
e tem
chovido
não
que isso seja ruim
só
não posso ser jesus numa moto
mas
volta e meia
vez
em quando
brinco
disso
meu
cachorro dorme
sob o
aroma de gasolina
comendo
hera (seria erva?)
venenosa
e
vomitando
leite
coalhado
vagando
zonzo
quintal
a fora
o
lugar mais frio do rio
é a
praia de copacabana
ninguém
acredita
mesmo
olhando
nos
olhos
e
procurando uma jura
mandando
construir um altar
ninguém
sabe ao certo
o que
e por quê se existe
viva
você!
(quem
quer que você seja)
viva.
está
viva.
e por
que não vives?
alguns
sentem a vida
nos
lençóis
envolto
no cheiro
de
bocetas
mal
fodidas
com
celular nos travesseiros
de
madrugada
chamando
o 190
ou o
“habemus papam”
ou o
alarme
antibomba
se a
bomba
vem
vindo
alarmes
são dispensáveis
mas
eu
não
sou
um
general
uso
fio
dental
906
vezes/dia
alguns
reclamam
de
vizinhos
pendurados
em
janelas
pela
madrugada
outra
vez
janela,
madrugada,
bocetas,
e milhares
de
demônios
colocados
porta a fora
na
imensidão
da
corrupção
da
mentira dizimista
eu
também sou profeta
hoje
previ
o
futuro
de
nossas
mortas
almas
desalmadas
em
galhos de arvores
virgens
(virgens?)
que
mantém suspensas
as
gotas da chuva de meia hora atrás que me aterrorizava os trovões e os flashes
pálidos dos relâmpagos,
“escuta – se um clique”
(sempre
adorei pensar como closed caption)
enquanto
revelavam-me
as
coisas,
via o
fim
de
nossas
fracassadas
tentativas
de liberdade
do eu
preto/eu gay/eu mulher/eu “mim”
e dos
homens
que
oprimem
a
nossa liberdade presa de cada dia
e dos
malditos
donos
de
nossas vidas
que
um dia
nos
matarão
de
desgosto
ou
raiva
não
por mim!
hoje
sinto falta,
lajedão
minha!
ficaste
tão grande
perversa
logo
teremos neve
com
chumbo e estanho,
iremos
cair,
como
caia
um
rebelde,
frente
a cesar
e
duas lágrimas
cairão
no
canto
de
nossos olhos
se
minha mãe ainda tiver vida e me vendo caído, vai desejar que essa fosse a sua
sorte.
ainda
existe luz
nas
perspectivas “menos pior de ruim” e
falsas que enfim irão nos servir
eu
não sei cantar
e não
posso gritar
ainda
meu
quarto tem janela
o seu
não tem.
e eu
não tenho mais meus avós!
e
algumas
distâncias
ficaram
mais
curtas.
curta!
foi o
último conselho de minha mãe. espero os próximos.
ansioso!
tem
muita
escuridão
embaixo
daquele
poste
naquela
nossa
esquina.
0 Acenderam os faróis :
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