26 de fev. de 2012

1997 (trecho)

(...) e os canteiros molhados de orvalho nas madrugadas acordadas de sexo torpe, de suas drogas escondidas, dos bêbados caídos e de mim que corro pra casa a me esconder de qualquer solidão atemporal.

Só ouço o rugido calmo do tilintar tolo e estridente de minha cabeça e das árvores dançando sobre a escuridão do quintal com seus monstros que eu não vejo, mas aterrorizam – me sempre que o sol se vai.

E quais dentes rangem? Não, não os meus! Agora já é noite.

Agora eu sinto sono. Há 3 dias atrás isso era puro luxo, ou tentativas frustradas e momentâneas de espantar qualquer decepção e as insuficiências que convivem com meu cotidiano rubro de olhar dentro sol e sentir a retina queimar mais inerte na dor continuando a esperar pela nuvem que trará sombra a meu rosto, meio dia após o almoço nas carnes amassadas que se assentam à mesa enquanto suas bocas cheias conversam e eu só olho para baixo, pois sou mínimo ante os pecados da gula da alma (...)

2 Acenderam os faróis :

Ana Luiza disse...

Dorme, broto, dorme pra ter bons sonhos e matar a fome da alma!

Douglas Vieira disse...

O sono é argumento dos cansados. Tão louco e tão verdadeiro isso, broto.