4 de abr. de 2011

Pra morrer bem devagar

E hoje
a eternidade foi vista
no cinza das cinzas de um meio - dia cinza
e não passou de um copo de café fraco
e um cigarro no quintal

E flores murchas
molhadas de suor
e sua roupa estendida no varal
dançando sob uma música qualquer
enquanto chovia
E a chuva dormente
como meu lamento
tal qual ao te abandonar ontem
não jure a mim o que pretende cumprir
eu sou como o aço
mas vergo – me em clemência ao seu pedido
para insignificantemente acatar o teu sim
e me debruçar no teu colo
até que meu sono expire
e suas pernas se cansem

Pra vencer o tombo
e os esparadrapos beges
sob uma ferida abafada
que se curou pelo cansaço
e o mercúrio cromo que lanço de mim
sob você...
...que fecha os olhos

e se ajeita no chão.


0 Acenderam os faróis :